O Ceará produz cerca de um bilhão de litros de leite, porém mais de 400 milhões de litros não passam por inspeção sanitária e podem oferecer risco à saúde do consumidor. Ou seja, 40% do total produzido não é inspecionado (4 litros em cada 10). Os dados são uma estimativa e estão presentes no Anuário do Leite 2024, elaborado pela Embrapa Gado do Leite, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O leite não inspecionado é basicamente o leite cru, sem tratamento térmico (não pasteurizado) ou com garantias de higiene nas etapas de captação, transporte e comercialização. O pesquisador da Embrapa Gado do Leite, Marcio Roberto Silva, afirma que é habitual a comercialização em feiras e de maneira mais informal em várias partes do Brasil.
Seja o leite fluido (vendido em feiras armazenados em garrafas PET, por exemplo) ou derivados como o queijo, o consumo de leite não inspecionado pode oferecer riscos à saúde humana, conforme ele alerta. “O leite não inspecionado pode veicular diversos patógenos (micro-organismos) causadores de doenças de origem alimentar”.
Como saber se o produto é inspecionado?
Todos os produtos inspecionados vêm com um selo que pode ser:
SIF (Serviço de Inspeção Federal – produto pode ser comercializado em todo o País e exportado);
SIE (Serviço de Inspeção Estadual – produto pode ser comercializado em todo o Estado);
SIM (Serviço de Inspeção Municipal – produto pode ser comercializado apenas no município);
SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção – produto pode ser comercializado em todo o País, mas não pode ser exportado).
No Brasil, a estimativa é que o leite não inspecionado represente cerca de 30% da produção nacional. Ainda conforme dados do Anuário do Leite de 2024, o Ceará é um dos dez maiores estados produtores de leite e o terceiro do Nordeste, atrás de Pernambuco e da Bahia.
As informações são do Diário do Nordeste