O economista, escritor e professor alagoano Sílvio Hermano de Bulhões morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (18) em Maceió. Filho de Corisco e Dadá, cangaceiros do bando de Lampião, Sílvio Bulhões nasceu no interior de Alagoas e morava na capital.
Sílvio liderou uma campanha para que as cabeças de Corisco e de outros integrantes do bando, que foram arrancadas e levadas por diversas cidades como prêmio e forma de intimidação, deixassem de ser expostas no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, e fossem enterradas de forma digna.
Quando nasceu, ele não pôde ser criado pelos pais biológicos. Ainda bebê, Silvio foi entregue pelo pai ao Padre Bulhões, de Santana do Ipanema, que o criou como filho.
Em entrevista à TV Gazeta em julho de 2023, o economista falou sobre seu nascimento e afirmou que sentia orgulho dos pais cangaceiros.
“Quando eu nasci em 35, a única solução de eu ter possibilidade de viver seria [me] mandar para alguém. E papai soube que o padre Bulhões disse ‘olhe, eu soube que Dadá está grávida e eu só queria criar o filho dela. Por causa desse boato que chegou ao conhecimento de papai, ele resolveu me mandar para o padre”.
No livro “Memórias e reflexões de um filho dos cangaceiros Corisco e Dadá”, publicado pelo SWA Instituto, Silvio Bulhões reuniu histórias sobre os pais Capitão Corisco e Padre Bulhões e suas mães Dadá e Liquinha, da origem do Cangaço, e a luta para conseguir que a cabeça do pai e de outros membros do bando deixassem de ser expostas e fossem enterradas de forma digna.
Livro ‘Memórias e reflexões de um filho dos cangaceiros Corisco e Dadá’, de Silvio Hermano de Bulhões — Foto: SWA Instituto
As informações são do portal G1