Que o Ceará está mais quente, dá para sentir na pele – literalmente. Mas, uma pesquisa da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) colocou em números o aumento alarmante da temperatura no estado.
Ao longo dos últimos 63 anos, de 1961 a 2023, a temperatura no Ceará aumentou em 1,8°C. O valor é superior à média global de 2024. Os dados foram divulgados pela Funceme após um estudo sobre a tendência da temperatura do ar no estado.
De acordo com Francisco Vasconcelos Junior, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, esse “aquecimento resulta de um conjunto de fatores interligados, com destaque para o aquecimento global, o desmatamento e a urbanização”. Em resumo, houve um aumento médio de 0,3°C a cada década no estado.
Já o ano mais quente registrado no Ceará foi 2021. Ainda não é possível saber qual foi o dia mais quente, mas 21 de abril de 1998 se destaca. Na data, todo o estado apresentou temperaturas máximas extremas.
Confira os principais resultados da pesquisa:
-1983, 1993, 1998, 2016 e 2021 são anos de destaque, pois tiveram temperaturas médias elevadas sob o efeito de El Niño (com exceção de 2021 que foi um ano de La Niña)
-Dentre os anos citados, 1998 foi marcado por 15 eventos de ondas de calor, cuja máxima abrangência de área (100%) ocorreu no dia 21 de abril. Ou seja: neste dia, todo o estado apresentou temperaturas máximas extremas
-O maior período de temperaturas elevadas ocorreu também em 1998, com 33 dias consecutivos (6 de abril a 8 de maio)
-As maiores intensidades dos eventos de onda de calor no Ceará foram de 37,1°C, 36,9°C, e 36,6°C em outubro de 1997, dezembro de 2019, e em outubro de 2023, respectivamente.
-Há um aumento significativo de ondas de calor ao longo dos anos no CE e esses eventos estão se tornando mais concentrados em termos de abrangência de área no estado
-As regiões central e sul do estado, principalmente na parte noroeste do Sertão Central e Inhamuns, “sofrem” mais com as ondas de calor. Há menos impacto no litoral, devido à proximidade com o oceano, embora ele também apresente um aumento da quantidade de dias com ondas de calor nas últimas décadas.
-Além da sensação de calor, o aumento de frequência das ondas de calor pode ter impactos significativos em setores como a produção agrícola, recursos hídricos, saúde pública, economia e ecossistemas naturais.
Com informações do portal G1-CE