Em 2020, uma pesquisa eleitoral amplamente divulgada nas redes sociais indicava que o candidato Abraão Sampaio venceria a disputa pela prefeitura de Milagres com 57,2% das intenções de voto, contra 38,8% de Cícero Figueiredo. A larga vantagem sugeria uma vitória tranquila para Abraão. No entanto, o resultado oficial da eleição surpreendeu: Cícero Figueiredo foi eleito com 53,74% dos votos, enquanto Abraão obteve 44,84%. Esse desfecho gerou questionamentos sobre a confiabilidade da pesquisa divulgada na época, que ficou totalmente fora da margem de erro prevista.
À luz desse acontecimento, é natural que os eleitores fiquem atentos à divulgação de novas pesquisas eleitorais. Este ano, 2024, uma nova pesquisa contratada por uma empresa de Fortaleza está prevista para ser divulgada no sábado (5), véspera da eleição. Embora não haja, até o momento, nenhuma irregularidade confirmada, é válido que os eleitores questionem a motivação por trás de pesquisas encomendadas por empresas de fora do município e analisem criticamente os resultados divulgados.
É importante lembrar que institutos de pesquisa, assim como qualquer outra entidade, devem seguir rigorosamente as normas estabelecidas pela Justiça Eleitoral, que exige o registro de pesquisas eleitorais e a apresentação de metodologia confiável. De fato, em maio deste ano, o instituto responsável pela nova pesquisa em Milagres teve a divulgação de uma pesquisa suspensa em Jacaraú/PB, o que reforça a necessidade de cautela e acompanhamento atento por parte dos eleitores e das autoridades locais.
Com a proximidade das eleições, os eleitores precisam avaliar cuidadosamente as informações que chegam, principalmente as pesquisas eleitorais divulgadas perto do dia da votação. Muitas vezes, esses levantamentos podem influenciar na percepção pública, ainda que seus resultados nem sempre reflitam a realidade das urnas. É essencial que o eleitor tome sua decisão com base em convicções pessoais e no histórico dos candidatos, sem se deixar influenciar exclusivamente por dados de pesquisas.
A melhor forma de exercer o direito democrático é confiar no próprio julgamento e confirmar nas urnas o voto que vem do coração.