No Brasil, dos cerca de 340 mil acidentes registrados envolvendo animais peçonhentos, mais de 200 mil foram ocasionados por escorpiões. A alta incidência desses acidentes, que representam um importante desafio para a saúde pública no país, é atribuída a fatores como a biodiversidade e o clima tropical favorável ao desenvolvimento desses animais.
“A expansão da ocorrência de espécies bem adaptadas à convivência humana, o avanço desordenado da ocupação urbana e as alterações climáticas, temas associados à abordagem ‘Uma Só Saúde’, estão ligados ao crescente aumento dos acidentes escorpiônicos no Brasil. O que evidencia a importância dessa abordagem para a formulação de políticas públicas voltadas para o escorpionismo”, explica Francisco Edilson Ferreira, coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde.
Os escorpiões, que injetam veneno por meio de um ferrão localizado na ponta da cauda, são frequentemente encontrados em ambientes urbanos e habitados pelo homem. A picada geralmente ocorre quando há contato com o animal, atingindo as mãos ou pés das vítimas. Eles costumam se esconder em terrenos abandonados, entulhos, materiais de construção e locais escuros nas residências, como saídas de esgoto e ralos. Como se alimentam de insetos, especialmente baratas, o combate a esses vetores é essencial para reduzir o aparecimento dos escorpiões.
Soro antiescorpiônico no SUS
Soros antivenenos para picadas de animais peçonhentos, incluindo escorpiões, são produzidos pelo Instituto Butantan e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cada ano, cerca de 600 mil frascos de soros são enviados ao Ministério da Saúde e repassados aos estados conforme a necessidade epidemiológica, garantindo o tratamento gratuito nos hospitais públicos e filantrópicos.
“O Instituto Butantan é o maior produtor de soros antiveneno do país, fabricando oito tipos de soros contra picadas de cobras, escorpiões e lagartas, além de soros para tratamento de botulismo, raiva, tétano e difteria”, destacou o órgão em nota. Certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Boas Práticas de Fabricação (BPF), o Instituto é o maior produtor de soros e vacinas da América Latina.
Medidas de prevenção e primeiros socorros
Para evitar acidentes com escorpiões, é importante adotar medidas preventivas, como manter ambientes limpos e evitar o acúmulo de entulhos e lixo. Também é recomendado verificar calçados e roupas antes de usá-los, além de vedar frestas e ralos nas residências. O uso de pesticidas não é recomendado, pois pode aumentar o risco de acidentes.
Em caso de picada, é fundamental buscar atendimento médico imediato e, se possível, informar as características do animal. Enquanto aguarda o atendimento, a recomendação é lavar o local com água e sabão e aplicar compressas mornas para aliviar a dor.
As informações são do portal No Cariri Tem