OPartido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) se tornaram as maiores siglas do Cariri, com 13 e cinco prefeituras, respectivamente. Os dois compõem a base aliada do ministro da Educação, Camilo Santana, e do governador Elmano de Freitas (PT). A liderança era do PDT, que elegeu 11 prefeitos em 2020, mas agora tem apenas três. Completam a lista o MDB, também com três prefeituras, além de PSDB, Podemos, UB, PRD e PSD, com um município cada agremiação. Das 29 prefeituras do Cariri, 23 são lideradas por aliados de Camilo e Elmano.
Ao todo, são 14 políticos caririenses que iniciaram 2024 em novas agremiações. A debandada de prefeitos do PDT ocorreu após disputas internas, que colocaram em lados opostos os grupos liderados pelos irmãos Cid e Ciro Gomes. Com a ida de Cid, no começo do mês, o PSB passou a ter 61 prefeituras, 37 das quais tinham pedetistas no comando. O senador levou consigo 40 prefeitos, oito caririenses entre eles.
Quatro ex-pedetistas se aliaram ao PT: Guilherme Saraiva, de Barbalha; João Luiz, de Campos Sales; Cícero Figueiredo, de Milagres; e Tertuliano Martins (Taiano), de Tarrafas. Outros quatro gestores eleitos pelo partido brizolista foram para o PSB: Libório Leite, de Assaré; Gislaine Landim, de Brejo Santo; Edmilson Leite, de Caririaçu; e Dr. Lorim, de Missão Velha. Apesar das desfiliações em massa, três gestores permanecem no PDT: Antônio Filho, de Antonina do Norte; Cícero de Deus, de Araripe; e Deda Pereira, de Farias Brito.
Psol, Pros e PP perderam as únicas prefeituras que tinham na região. Primeiro prefeito a ser eleito pelo PSol no Ceará, Edson Veriato, de Potengi, trocou o partido pelo PT, mesmo destino do prefeito de Nova Olinda, Ítalo Brito, ao sair do PP. Em Salitre, Dodô de Neoclides deixou o Pros e aderiu ao PSB, liderado no Ceará por Eudoro Santana, pai do ministro Camilo Santana.
Além das trocas de partidos, dois prefeitos caririenses eleitos em 2020 tiveram os mandatos cassados: Marquinélio Tavares (PSD), em Barro, e Dr. Washington (MDB), de Missão Velha. Nos lugares deles assumiram, em eleições suplementares, respectivamente, George Feitosa (MDB) e Dr. Lorim, pelo PDT, mas atualmente filiado ao PSB. Eleito pelo PT em Mauriti, Isaac Júnior renunciou ao cargo e João Paulo Furtado, também do PT, assumiu a função em janeiro de 2023.
As trocas de partido não cessaram e devem alcançar deputados estaduais. O novo presidente estadual do PDT, Flávio Torres, quer trocar a liderança do partido na Assembleia Legislativa. Ele indica a necessidade de ter “um líder que represente o que o novo partido está pensando”. A função é desempenhada pelo caririense Guilherme Landim, que seguirá os passos da mãe, Gislaine Landim, e se filiará ao PSB. Além dele, outros 12 parlamentares pediram, na Justiça, a desfiliação partidária.
As articulações internas no PDT também repercutem em Juazeiro do Norte, já que o partido deverá apoiar a reeleição do prefeito Glêdson Bezerra. O gestor, inclusive, tem o destino incerto, já que condiciona a permanência no Podemos ao respeito da direção estadual às duas decisões. Enquanto Glêdson tem afinidade com a executiva nacional, o diretório cearense é aliado de Camilo e Elmano. O prefeito, que tem convite para se filiar a siglas como União Brasil, Novo e o próprio PDT, exige ter autonomia para “fechar as coligações que entender necessárias”, como revelou ao Jornal do Cariri.
Com informações do Jornal do Cariri/Jornlista Robson Roque